Seguro-viagem é um assunto que vem gerando dúvidas durante a pandemia de covid-19. O produto, criado como uma forma de proteger o viajante nos momentos em que está fora de seu destino de origem, vem sofrendo adequações em resposta aos impactos da crise de saúde pública que paralisou o mundo. O mesmo vírus que levou os fornecedores a se adaptar, entretanto, traz uma grande oportunidade para consolidar de vez esse segmento.
O executivo foi o convidado da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) para um webinário que reforçou a importância do seguro-viagem na retomada. Mediada por Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, a conversa trouxe novidades em termos de serviços – como o reembolso para teste PCR e o conceito de loja ao vivo – e delineou perspectivas otimistas para seguradoras e empresas de assistência, além de confirmar algumas tendências mapeadas no início da pandemia.
Atenção extra:
Uma delas é o crescimento das viagens terrestres e regionais, motivada pelas restrições nos deslocamentos internacionais. “Essa tendência se confirmou agora, em setembro, quando registramos a venda de 10 mil apólices domésticas a mais do que no mesmo período de 2019”, afirma Camargo. Ele defende que esses números, combinados com a grande procura por viagens e com o comportamento mais responsável dos consumidores demanda atenção extra de todo o trade, especialmente dos agentes de viagens.
“É muito importante entender que o público viajante é mais consciente e não demonstra preocupação com gastos relacionados à saúde. Não é preciso se intimidar na hora da venda por oferecer ‘um produto a mais’ porque os passageiros entenderam que o seguro-viagem é essencial. É preciso ter ainda mais atenção agora porque a fase é de muitas novidades em termos de coberturas e planos”, sugere Camargo.
Outro ponto de atenção deve ser o valor de cobertura do plano. O Espaço Schengen, por exemplo, sempre exigiu que os turistas tenham um seguro-viagem de, pelo menos 30 mil euros, para que sejam autorizados a entrar em qualquer um dos países desta região. Na opinião de Camargo, o piso é muito baixo quando se analisa o eventual custo com despesas médicas nos destinos europeus que compõem o grupo. “Se o passageiro tiver uma emergência e precisar de internação, esse valor não será suficiente”, diz.
Para viagens aos Estados Unidos, país que cobra preços altíssimos para tratamentos de saúde, Camargo recomenda um seguro com cobertura acima de US$ 100 mil. “Uma semana de internação nos EUA não sai por menos de US$ 60 mil”, revela. “O agente de viagens tem um papel relevante no atendimento às necessidades de cada viajante. Há produtos específicos para roteiros de esqui, esportes, para estadas longas… e cada um tem suas condições”, enumera.
Cobertura específica:
O country manager da Assist Card reforça que a empresa tomou a decisão global de manter o atendimento aos clientes infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. “Sabemos que existe uma cláusula nas apólices que exclui a cobertura em pandemias. Mas a empresa optou por continuar oferecendo assistência, tratando a covid-19 como qualquer outra enfermidade”, pontua. Questionado em relação ao comportamento esperado dos demais players, Camargo acredita que as mudanças não se restringirão às empresas de assistência ao viajante. Elas deverão abarcar todo o mercado, independentemente do nicho.
“Empresas de seguro de vida também se movimentaram e alteraram cláusulas dos contratos. Imagino que todas as seguradoras irão começar a se posicionar nesse sentido, algumas com produtos específicos para cobrir a covid-19, outras com planos básicos ligados a upgrades ou adicionais. O assunto ainda é novo, mas observo que todas as empresas estão adaptando seus negócios para atender a essa necessidade”, finaliza.
Fonte: Brasilturis Jornal
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